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Oficina de Psicologia para Gestão Integral de Riscos e Desastres debate formação do psicólogo


Data de Publicação: 18 de janeiro de 2016


Com o auditório da Cruz Vermelha lotado, a primeira atividade na parte da tarde da Oficina de Psicologia para gestão integral de riscos e desastres: “Da prevenção à recuperação” foi a mesa de debates “Formação do Psicólogo para Gestão Integral de Riscos e Desastres”.

A mesa contou com a presença de Diva Conde (CRP 05/1448), presidente da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), Cleia Zanatta Duarte (CRP 05/7536), coordenadora de Psicologia da Universidade Católica de Petrópolis, e Maria Helena Franco, membro da Comissão Nacional de Psicologia nas Emergências e Desastres do CFP. A mediadora foi a psicóloga Eliana Torga (CRP 04/6243).

O debate trouxe uma reflexão sobre como o trabalho para a gestão de riscos e desastres deve iniciar na formação de psicólogas (os) preparadas (os) para esse tipo de demanda. Diva Conde considerou que “esse novo campo de trabalho e atuação profissional, emergências e desastres, impõe uma nova questão para os cursos que devem formar os psicólogos e psicólogas para essa demanda”.

Segundo ela, “a nossa primeira percepção do desastre é do dano físico, porém Oficina de Psicologia para Gestão Integral de Riscos e Desastres traz debate sobre a formação do psicólogotemos conseguido contribuir para uma compreensão que a relação humana com esses eventos é que o grande foco de atuação nesse segmento. Essa perspectiva de que são acontecimentos fortuitos e inesperados não é real. Percebemos pelo mundo em que vivemos que, na verdade, esse dano e essa emergência é esperada, e não só esperada, ela é produzida”.

“A Psicologia vem entrando nesse campo discutindo e criticando essa perspectiva”, acrescentou Diva, “e mostrando como esses riscos são produzidos pelo descuido, pela negligência, pelo menosprezo pelas consequências que determinadas práticas podem causar à população. O desastre de Mariana é um exemplo disso. Uma boa parte dessa situações eram previsíveis e os psicólogos precisam considerar essa condição e também a condição humana de viver numa área de risco.”

Cleia, por sua vez, apresentou como o curso de Psicologia da UCP lida com a ênfase curricular que proporciona o ensino de disciplinas de gestão de riscos e desastres. “O nosso curso de graduação oferece um grupo de disciplinas eletivas que contemplam esse tipo de capacitação. Além das disciplinas, o aluno é orientado a estagiar na área para que sua formação se torne mais completa”.

Cleia ressaltou ainda o grande interesse que o tema das emergências e desastres desperta nos estudantes de Psicologia da UCP. “Na pesquisa que fizemos na UCP com 149 alunos, divulgada no artigo ‘Psicologia das Emergências e Desastres: considerações sobre a necessidade de um olhar integral na formação em Psicologia’, verificamos que 95,3% dos alunos acham o tema relevante para Psicologia e que 75,2% deles têm vontade de atuar em grupo voltado para o tema. Ou seja, temos que oferecer, em nossos cursos, a formação necessária para atender a essa demanda.”

Vale lembrar que o artigo citado por Cleia compõe o livro “Formação: ética, política e subjetividades na Psicologia”, produzido e editado pela Comissão de Estudantes do CRP-RJ em 2010. O artigo em questão foi elaborado em parceria com a Rede de Cuidados da Região Serrana.

Por fim, Maria Helena problematizou a visão, segundo ela “antiquada”, que ainda permanece sobre a atuação da Psicologia. “Nós viemos de uma construção que precisa ser revista. A imagem do psicólogo como alguém que atua somente dentro de um consultório está deslocada do que a sociedade realmente precisa de nós.

O que o mundo está pedindo do psicólogo? Temos que sair dos velhos paradigmas e ir ao encontro do que o mundo espera de nós”. Além de propor a quebra desses velhos paradigmas, Maria Helena apontou as características que a (o) psicóloga (o) deve ter na sua atuação em gestão integral de riscos e desastres.

“A Psicologia nessa área é mais ‘prática’ do que ‘psicológica’. Ela tem que ser sob medida para as necessidades de cada situação. Não existem protocolos prontos. Não devemos usar métodos tradicionais que não funcionam em situações como essa. Nada de rótulos ou diagnósticos. Trata-se de uma atuação interativa. Devemos abandonar por completo a visão do psicólogo como um semideus. Precisamos atuar para formar lavradores, não semideuses, pois lavradores entendem que precisam entrar em equilíbrio com a natureza para conseguir os melhores resultados. E é exatamente isso que buscamos: um equilíbrio do possível, dentro de situações emergenciais”, concluiu.

Clique aqui e confira a última parte da cobertura da Oficina de Psicologia para gestão integral de riscos e desastres: “Da prevenção à recuperação”.

Janeiro de 2016



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