 Teresópolis foi o primeiro município da Região Serrana do Rio de Janeiro a receber o Pré-Congresso Regional de Psicologia no dia 23 de fevereiro na UNIFESO. O evento marcou uma importante etapa regional de mobilização para o Congresso Regional de Psicologia (COREP), que acontecerá no Rio de Janeiro, entre 29 de abril e 1º de maio, reunindo as (os) delegadas (os) que debaterão as propostas do estado do Rio que serão levadas para votação no Congresso Nacional de Psicologia (CNP).
Teresópolis foi o primeiro município da Região Serrana do Rio de Janeiro a receber o Pré-Congresso Regional de Psicologia no dia 23 de fevereiro na UNIFESO. O evento marcou uma importante etapa regional de mobilização para o Congresso Regional de Psicologia (COREP), que acontecerá no Rio de Janeiro, entre 29 de abril e 1º de maio, reunindo as (os) delegadas (os) que debaterão as propostas do estado do Rio que serão levadas para votação no Congresso Nacional de Psicologia (CNP).
O psicólogo e membro da Comissão Gestora do CRP-RJ na Região Serrana Rapahel Curioni Raia (CRP 05/47980) abriu o evento, saudando as (os) participantes e destacando a importância dessa mobilização.
Em seguida, teve início a mesa temática “Emergências e Desastres e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”, que contou com falas de Paula Smith (CRP 05/34667), psicóloga colaboradora da Comissão de Psicologia e Assistência Social do CRP-RJ, e Samira Younes Ibrahim (CRP 05/7923), membro da Comissão Nacional de Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres do CFP e integrante da Rede de Cuidados da Região Serrana.
Paula destacou as lacunas deixadas pela formação em Psicologia no que se refere à atuação em políticas públicas, em especial na área da Assistência Social. “Na graduação, quando estudamos alguma coisa de política públicos vemos apenas o SUS. No geral, sabemos que nossa formação acaba olhando muito para as questões da clínica, numa leitura de um sujeito neutro, universal, enquanto que no SUAS, por exemplo, trabalhamos num olhar mais ampliado para esse sujeito”.
A psicóloga propôs uma reflexão sobre a atuação do SUAS no contexto das emergências e desastres. “Todo o desastre é uma emergência, mas nem toda a emergência é um desastre. Uma emergência pode se transformar em um desastre. Uma emergência é uma situação que gera cuidados e implica a participação do psicólogo como profissional estratégico. Já o desastre altera todo um ambiente e, geralmente, envolve uma dificuldade de resposta a essa situação. O desastre é algo que invade o cotidiano de uma pessoa ou comunidade”.
“Podemos ressaltar a questão da Saúde Mental e as necessidades psicossociais das pessoas afetadas por essas catástrofes, já que a atenção psicossocial não se propõe a ser uma solução genérica para o sofrimento e não substitui a segurança física, a proteção social e a dignidade humana. É importante pensarmos nessa limitação, no bom sentido, de nossa atuação. O sujeito que atendemos em uma política não é apenas o sujeito de uma política”, finalizou.
Samira, por sua vez, abordou o histórico das discussões sobre a atuação da Psicologia nas emergências e desastres no Brasil e no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia. Segundo ela, “o desastre de janeiro de 2011 na Região Serrana do Rio foi um marco para toda essa discussão no Brasil e nos Conselhos de Psicologia”.
“Para pensarmos em um desastre, é preciso pensar a multidimensionalidade humana, incluindo não apenas as populações afetadas como também a equipe e os gestores”, afirmou ela. “É preciso ter esse olhar voltado para as dimensões física, mental, psicológica e espiritual desses sujeitos. É preciso ter clareza da interdependência dessas dimensões”.
Samira defendeu o conceito de desnaturalização dos desastres. “Não existe mais desastre natural, embora a Defesa Civil ainda traga essa terminologia. Por exemplo, um tornado que acontece numa área onde não haja população humana não pode ser considerado um desastre; é apenas a natureza em seu ciclo. Agora, por conta da ação humana, esses desastres não podem mais ser considerados naturais porque todos eles possuem uma questão social, ecológica, política e econômica que os atravessa. Não temos mais como separar esses efeitos. Os desastres, na verdade, muitas vezes funcionam como uma lupa, uma lente de aumento para as questões já existentes em nosso dia a dia”. 
A psicóloga fez ainda um breve relato sobre a situação atual das vítimas afetadas pela tragédia de janeiro de 2011 na Região Serrana. “As populações afetadas continuam sofrendo com as chuvas e com as inundações. Aí temos os que chamamos de aprisionados no tempo. Há famílias que ainda não conseguiram resolver a questão dos desaparecidos. Não há representatividade do que aconteceu com aquela pessoa, assim seus familiares e amigos não conseguem passar pelo processo do luto, pois a dor da perda é sempre revisitada”.
Votação de propostas e eleição de delegadas (os)
Ao final da mesa temática, Julia Horta Nasser (CRP 05/33796), colaboradora do CRP-RJ e membro da Comissão Organizadora do COREP-RJ, falou sobre a importância da mobilização das (os) psicólogas (os) nesse processo, que culminará no 9º CNP, a ser realizado em Brasília entre 16 e 19 de junho.
Em seguida, após a votação e aprovação do regimento interno do Pré-Congresso, as (os) participantes debateram possíveis propostas para serem encaminhadas para o COREP. Ao todo, foram construídas coletivamente seis propostas, todas elas aprovadas pelas (os) presentes.
Ao final, teve início a eleição das (os) delegadas (os). Foram eleitas (os) cinco psicólogas (os), além de um delegado suplente e outro estudante, para participar do COREP.
Fevereiro de 2016
 
             
               
               
               
               
      
                                                                     
      
                                                                     
    
                     
    
                     
    
                    