Com o tema “Psicologia e Esporte”, o segundo Pré-Congresso Regional de Psicologia ocorreu no dia 20 de fevereiro no campus Marapendi da Universidade Veiga de Almeida da Barra. O evento teve início com uma mesa de debates sobre Psicologia do Esporte composta por Alberto Filgueiras (CRP 05/43557), Aline Wolff (CRP 05/39761) e Rodrigo Acioli (CRP 05/33761).

Aline, psicóloga especializada em alta performance que atua no Comitê Olímpico Brasileiro e é autora do livro “Pensamento Campeão: melhorando o desempenho esportivo por meio da preparação mental”, fez considerações sobre o trabalho do psicólogo com o esportista de alta performance.
Segundo ela, essa atuação, que já foi menosprezada no processo de preparação do atleta, mas, nos últimos anos, teve um ganho significativo em valorização. Conforme destacou, “a abordagem moderna dessa área da Psicologia visa ajudar as pessoas a viver melhor e tem o foco no que há de bom, nos talentos e pontos fortes do atleta. Temos que agir sobre o problema sim, e ‘apagar incêndios’, porém o trabalho de prevenção é tão importante quanto, justamente porque tem objetivo de potencializar as habilidades e competências, promovendo uma atitude resiliente frente às dificuldades”.
Aline finalizou afirmando que “para um desempenho esportivo satisfatório é necessária a preparação física, técnica e tática, e também a preparação mental, que é o nosso campo de atuação. Não há desempenho esportivo sem a interação interdisciplinar dessas preparações”. Depois de Aline, foi a vez do psicólogo Alberto Filgueiras, do Núcleo de Neuropsicologia Clínica e Experimental trazer sua reflexão sobre como o aspecto científico da Psicologia algumas vezes é negligenciado.
“A Psicologia brasileira vive de catarse, porém a catarse não muda nada, apenas promove sensação de bem-estar e bem-estar subjetivo não é evidência científica. Claro que não há corrente da Psicologia que seja cem por cento eficaz, porque não há comprovação científica para todas as correntes. Entretanto, deve-se buscar um maior equilíbrio e integração entre as evidências científicas, baseadas no método científico, e a expertise prática”, ponderou Filgueiras.
“Bem-estar subjetivo, que é a base da auto-avaliação, não pode ser a medida da efetividade do tratamento. Precisamos de comprovação da eficácia e efetividade com base em método científico. Na Psicologia do Esporte, a performance do atleta torna a avaliação muito mais objetiva, mas isso deveria ser uma preocupação de todas as áreas da Psicologia, como é em diversos países do mundo”, concluiu.
Por fim, o conselheiro-tesoureiro do CRP-RJ, Rodrigo Acioli, trouxe um panorama de diversos assuntos e atravessamentos que a Psicologia do Esporte deve trabalhar e discutir.
“Temos que pensar o esporte como ferramenta, e não o contrário. O atleta, o ser humano, não pode ser um objeto, um instrumento a serviço do esporte. Nesse contexto, pensamos no desenvolvimento social que é proporcionado pelo esporte e temos que refletir e abrir discussões sobre questões raciais, religiosidade, sexualidade, entre outras que aparecem com muita força nos esportes atualmente”. E ressaltou, “a Psicologia do Esporte está mais reconhecida e fortalecida do que foi no passado. Hoje em dia temos um reconhecimento da importância do nosso trabalho, e temos que aproveitar esse momento atual para propor, pautar e fomentar essas discussões acerca do desenvolvimento social que o esporte pode proporcionar. Esse é um grande legado”, destacou Rodrigo.
Depois da roda de debates, teve início o Pré-Congresso com a eleição de delegadas (os) para o COREP. Foram eleitos três delegados e uma suplente.
Em seguida, teve início a discussão e votação de propostas. Foram aprovadas seis propostas que abordam temáticas relacionadas às avaliações psicológicas e à própria Psicologia do Esporte.
Março de 2016
 
             
               
               
               
               
    
                     
    
                    