O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, por meio da Comissão Gestora da Subsede Região Serrana e da Comissão Regional Especial de Emergências e Desastres, lamenta profundamente a tragédia ocorrida em Petrópolis, iniciada no dia 15 de fevereiro de 2022.
Estamos solidários com todos e todas que foram atingidos de forma devastadora com a intensa chuva de 4 horas de duração.
A Psicologia brasileira e o CRP-RJ se mantêm firmes no apoio, acolhimento e auxílio às vítimas, mas sem esmorecer ao pensamento e atuação profissional crítica e ética.
Diante deste quadro de tragédia, a primeira reação é que as pessoas tentem ajudar de alguma forma, e isso é particularmente característico entre psicólogas e psicólogos.
Entretanto, neste momento a orientação, dos órgãos competentes (Prefeitura Municipal de Petrópolis, Defesa Civil, MPRJ, Bombeiros, Cruz Vermelha Brasileira, entre outros) é endossada pelo CRP-RJ é: não se desloquem para a cidade de Petrópolis. Mesmo que queiram se voluntariar, não façam sozinhos, procurem órgãos e instituições que organizem voluntariados.
Assim, no momento, não é recomendado que profissionais se apresentem como voluntários, aguardem orientações da gestão municipal sobre as possibilidades de auxílio à população. Inicialmente deve-se dar preferência aos profissionais com expertise para atuação na área de Emergências e Desastres.
Aos profissionais de psicologia que façam parte do quadro de funcionários das instancias públicas, e que estejam atuando no suporte às áreas afetadas, o Sistema Conselhos de Psicologia possui Referências Técnicas sobre atuação em Emergências e Desastres.
A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Até o momento da publicação desta nota, o número oficial de vítimas fatais ultrapassou a 100 pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros. Ainda não há informação precisa sobre o número de desaparecidos e desabrigados.
DESAPARECIDOS
O Ministério Público do Rio de Janeiro – MPRJ – por meio da plataforma Sinalid (Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos) pode ser contatado por familiares de pessoas desaparecidas para auxiliar nas buscas.
Os contatos são (21) 2262-1049 e 2220-5810.
Email [email protected] ou redes sociais https://www.instagram.com/p/CaCPiMWsuwc/ ;
https://twitter.com/OficialSinalid/status/1493896119729938436 ;
https://www.facebook.com/sinalidoficial/photos/a.132223465298085/472491434604618/ .
Defesa Civil: Em caso de emergência, o telefone 199 está disponível.
TRISTEZA E LAMA
Com o dia amanhecendo foi possível constatar a extensão da devastação: em muitos locais é quase impossível distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.
Ruas importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.
O Alto da Serra foi uma das localidades mais afetadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina.
Outras regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga.
Muito difícil não fazer um paralelo e relembrar a tragédia ocorrida em 2011, que deixou cerca de 1000 pessoas mortas e desaparecidas. É importante também pensar a tragédia não somente pelo lado do imprevisível, mas sim entender que um desastre dessa magnitude advém de uma série de questões que são negligenciadas ao longo do tempo e das conjunturas políticas. É preciso prevenir.