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Acompanhe cobertura da Oficina de Psicologia para a Gestão Integral de Riscos e Desastres


Data de Publicação: 18 de janeiro de 2016


Continue acompanhando a cobertura da Oficina de Psicologia para a Gestão Integral de Riscos e Desastres Após o encerramento da mesa de abertura, a Oficina de Psicologia para Gestão Integral de Riscos e Desastres: “Da Prevenção à Recuperação” prosseguiu com a realização da Oficina “A Atuação do Psicólogo na Perspectiva da Gestão Integral do Risco de Emergências e Desastres”, ministrada pela psicóloga Eliana Torga (CRP 04/6243), coordenadora da Comissão Nacional de Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres do CFP.

Iniciando sua fala, Eliana apresentou uma breve contextualização sobre as situações de emergências e desastres no Brasil. Conforme afirmou, dados de 2013 apontam que, naquele ano, 18 milhões de pessoas foram afetadas no Brasil por secas e estiagens, deslizamentos, chuvas e enchentes, entre outros desastres, sendo 3 milhões delas apenas na Região Sudeste. “Esses dados nos dão uma dimensão das pessoas afetadas e o que precisamos, como psicólogos, enfrentar”, disse ela.

“Precisamos pensar as situações de emergências e desastres do ponto de vista de uma gestão integral dos riscos desses desastres. Isso representa uma atuação ampla em diversas etapas, a começar pela prevenção e passando pela preparação, mitigação, resposta e recuperação”, defendeu Eliana. “Falamos em gestão integral porque envolve questões ambientais, sociais e questões de infraestrutura urbana das localidades afetadas. Ou seja, isso envolve todas as áreas do conhecimento presentes nesse gerenciamento, e a Psicologia é uma delas. Esse é o paradigma em que temos trabalhado na Comissão Nacional do CFP”.

Em seguida, Eliana falou sobre a atuação da (o) psicóloga (o) nas diversas etapas do gerenciamento de um desastre. “Na parte de prevenção, temos o trabalho de quem, por exemplo, atua com Psicologia Social. A Cruz Vermelha, as Secretarias de Assistência Social e Saúde e a escola, por exemplo, são espaços onde o psicólogo pode atuar na prevenção. Na etapa da preparação, os psicólogos atuam junto aos planos de contingência, que nos preparam para situações como essa, pois, antes de o desastre ocorrer, precisamos perceber os riscos de acontecerem e o que podemos fazer. Já na fase da mitigação, atuamos para minimizar os riscos desse desastre. A fase da recuperação é o momento pós-desastre, quando atuamos diretamente junto aos afetados pelo desastre”.

Oficina: Plano de Contingência RJ

A próxima atração do evento foi a Oficina “Plano de Contingência RJ”, do Cel. BM Paulo Renato Vaz,diretor-geral do DGDEC-RJ. Ele abordou a importância daelaboração de planos de contingência para situações diversas deemergências e desastres, compreendendo o cenário em que elas estão inseridas. Continue acompanhando a cobertura da Oficina de Psicologia para a Gestão Integral de Riscos e Desastres

“Tudo o que se fala sobre contenção de desastres e defesa civil no Rio de Janeiro tem como marco a catástrofe do dia 12 de janeiro de 2011 na Região Serrana. Os planos de contingência, essa estratégia que utilizamos e vamos demonstrar aqui, vêm a partir desse desastre”, afirmou.

“Quando estudamos a doutrina de defesa civil, o primeiro passo da primeira ação da prevenção é estudar as ameaças. Se você não sabe os perigos que rondam seuterritório, você não sabe para o que se preparar. É preciso conhecer os riscos reais para podermos tomar as medidas necessárias”, defendeu Paulo.

Por esse motivo, segundo o diretor-geral do DGDEC-RJ, após o desastre na Região Serrana, a Defesa Civil do Rio de Janeiro fez, em 2014, um levantamento das ameaças de desastres por região do estado. Esse estudo será atualizado este ano de modo a incluir não apenas o levantamento das ameaças de ordem natural como também aquelas de ordem tecnológica.

“Tão importante como conhecer o risco é tomar as medidas corretas. Então, propusemos, em 2014, que para cada ameaça natural de desastre em nosso estado, tivéssemos também um plano de contingência. Por isso, realizamos naquele ano oficinas convidando as Secretarias Municipais de Defesa Civil do estado para apresentar o levantamento realizado e a importância da elaboração de planos de contingência para os riscos detectados em nosso estudo. Na época, solicitamos que, a partir da nossa apresentação, os municípios realizassem seus planos de contingência, que são a principal ferramenta de redução do risco do desastre”, enfatizou.

Oficina: O marco de 12 de janeiro de 2011

Em seguida, teve início a terceira atividade do evento, a Oficina “O marco de 12 e janeiro de 2011 – Região Serrana RJ”, da psicóloga Samira Younes Ibrahim (CRP 05/7923), membro da Comissão Nacional de Psicologia na Gestão Integral de Riscos e Desastres do CFP e da Rede de Cuidados da Região Serrana.

Samira ressaltou que, de acordo com dados oficiais, na primeira década dos anos 2000, houve um aumento de 268% no número de desastres no Brasil e observou que a tendência é de esse número continuar aumentando na próxima década. Segundo ela, outra discussão importante de ser trazida para o debate dentro do Sistema Conselhos de Psicologia é a desnaturalização dos desastres.

“Atualmente, não é possível mais considerarmos desastre como algo natural. Existem vários fatores envolvidos e é preciso lembrar que, dentro da crise aguda que é o desastre, propriamente dito, existe uma crise crônica que vem acontecendo e que culmina no desastre”, ponderou.

Em seguida, a psicóloga compartilhou sua experiência como profissional que atuou diretamente no desastre de 12 de janeiro na Região Serrana. “Na ocasião, o impacto e a magnitude desse evento foi uma surpresa geral para todos nós, pois ninguém estava preparado para o que aconteceu. Normalmente, a rede pública não consegue dar conta da demanda diária, muito menos em uma situação grave como aquela. Víamos profissionais exaustos, trabalhando dobrado e sem descanso. Era preciso grande preparo técnico e emocional para lidar com todas aquelas situações”, relatou.

“O desastre de 2011 foi um marco para todos nós e representou uma grande mudança no planejamento e na organização da atuação frente a esses eventos. Apesar disso, falta ainda uma gestão mais humanizada, que proporcione cuidados maiores para a questão psicológica e social de todos os afetados”, defendeu Samira.

A psicóloga apontou, ainda, o estado de abandono das vítimas dessa tragédia, que, cinco anos após o corrido, ainda não conseguiram elaborar a dor e o trauma. “Cinco anos depois, ainda temos aqueles que estão aprisionados no tempo: pessoas que possuem familiares e amigos ainda desaparecidos ou que ainda não receberam suas casas do Estado. Essas pessoas estão ainda imersas no processo de elaboração da dor por conta da desumanização e do abandono pelo poder público. Em Teresópolis e no Vale do Cuiabá, em Petrópolis, por exemplo, nenhuma casa ainda foi entregue pelo poder público aos afetados pelo desastre”.

Samira falou, a seguir, sobre o papel da Psicologia nas emergências e nos desastres. “Essa é uma área crescente na Psicologia, uma área de construção do conhecimento, e é muito importante que façamos essa construção não só do gabinete. É importante que tenhamos uma ponte entre o saber cientifico e acadêmico e o saber do campo. Essa é uma área que nos leva para fora daquele formato tradicional de consultório”.

Debate

Ao final das três oficinas, os participantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas e apresentar reflexões aos palestrantes. Um dos participantes, o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Alexandre Pitaluga, abordou o papel da (o) psicóloga (o) junto às vítimas desses desastres.

“Quando, por exemplo, a vítima de um desses desastres chega ao hospital, o médico a avalia e, se constatar que esse indivíduo não sofreu nenhum mal em termos de saúde física, ela passa a ficar de lado. Mas, na realidade, essa pessoa acabou de perder pessoas da família, sua casa, seus bens, enfim. Então, é nessa hora que os profissionais da Psicologia entram em cena, ajudando essa pessoa a compreender essa situação e a se realocar”, afirmou. Clique aqui e confira a cobertura das atividades da parte da tarde da Oficina de Psicologia para Gestão Integral de Riscos e Desastres.

Clique aqui e confira a cobertura das atividades da parte da tarde da Oficina de Psicologia para Gestão Integral de Riscos e Desastres.

Janeiro de 2016



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