A Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, em parceria com o FMTSUAS – Queimados, promoveu, no dia 14 de dezembro, na Estácio de Sá de Queimados, o 33º Rodas e Encontros com temática “Saúde do trabalhador e atravessamentos sociais”.
Evento preparatório para o 10º Congresso Regional da Psicologia do Rio de Janeiro (COREP), o debate foi aberto pela conselheira-coordenadora da Comissão Gestora, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), e pela colaboradora Vanda Vasconcelos Moreira (CRP 05/6560).
“É importante discutir a saúde do trabalhador sobre outro viés”, defendeu o mediador da mesa, o psicólogo Jorge Antônio Tavares Peixoto (CRP 05/44215), mestre em Psicologia pela UFRJ e membro do Fórum de Trabalhadores do SUAS de Queimados.
“Temos várias formas de discutir a temática da saúde do trabalhador: existem aquelas mais convencionais, adaptativas e de viés individualizante, e outras – que aqui estão mais próximas do que estamos defendendo – que consideram não apenas o sujeito em si, mas também os atravessamentos no âmbito social, pois são vários os atravessamentos extrapsíquicos e intrapsíquicos que influenciam a saúde mental do trabalhador”, disse.
Em seguida, Raquel Rosa de Oliveira (CRP 05/44921), mestranda em Psicologia na UFRJ com o enfoque na temática sobre as relações de trabalho das profissionais mulheres em tecnologia da informação, falou sobre sua pesquisa e ressaltou “as angústias e os adoecimentos causados pelo excesso de trabalho ou por situações de assédio no trabalho”.
A psicóloga também apresentou relatos de desigualdades de gênero e raça do mundo do trabalho na área de tecnologia da informação, mais especificamente, e revelou que, embora o atual perfil desse segmento do mercado de trabalho corresponda a homens jovens de classe média, na década de 1970, quando foi introduzida no Brasil, a área de Ciências da Computação era majoritariamente feminina.
Encerrando a mesa, Natalia Thoise Neira (CRP 05/47827), psicóloga clínica, mestre em Psicologia pela UFRJ, coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Intervenção em Saúde do Policial Civil do Estado do Rio de Janeiro (NuPISaúde), falou sobre sua atuação junto à saúde mental de policiais civis e afirmou que a “chamada Psicologia do Trabalho e Organizacional compreende um campo de atuação vasto e complexo”.
Ela explicou que a Psicologia relacionada ao Trabalho, no Brasil, surgiu a partir da então chamada Psicologia Industrial, que era baseada em um modelo norte-americano, e defendeu a importância de se pensar uma atuação política da Psicologia.