O tema “Clínica da Psicose” foi debatido durante a 32° Rodas e Encontros, que aconteceu no dia 11 de dezembro na Subsede do CRP-RJ em Nova Iguaçu, reunindo psicólogas (os), psicanalistas e estudantes da região.
Promovido a partir de uma parceria entre o CRP-RJ, o Fórum do Campo Lacaniano de Nova Iguaçu e a UNIGRANRIO, o debate foi um evento preparatório para o 10º Congresso Regional da Psicologia do Rio de Janeiro (COREP), que acontecerá em abril de 2019 para debater e votar propostas de atuação para os Conselhos de Psicologia.
A conselheira-coordenadora da Comissão Gestora do CRP-RJ na Baixada, Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523), iniciou o evento explicando as diversas etapas regionais que culminam no COREP e destacando a importância da mobilização da categoria para participar dos cinco Pré-Congressos que acontecerão na região em janeiro e fevereiro de 2019.
Em seguida, abrindo a mesa de debates, o mediador Pedro Moacyr (CRP 05/29848), psicólogo, psicanalista, membro do Fórum do Campo Lacaniano de Nova Iguaçu (FCLNI) e coordenador assistente do curso de Psicologia da UNIGRANRIO, enfatizou a importância da parceria estratégica entre o CRP-RJ e a UNIGRANRIO. Antecipando a temática da mesa, o mediador destacou ainda que “a clínica é sempre uma surpresa, pois somos sempre surpreendidos pelo sujeito que é atendido por nós”.
A primeira palestrante, Soneide de Sales Lima (CRP 05 21395), mestre em Psicanálise e psicóloga do CAPSIII Jair Nogueira, narrou alguns casos de atendimento no equipamento de Saúde Mental onde atua e citou exemplos presentes na literatura freudiana a respeito de delírios e alucinações. A psicóloga também defendeu o conceito de clínica ampliada, afirmando que “o analista precisa se reinventar a todo o instante” e reiterando que o trabalho terapêutico não acontece somente no setting convencional.
Consuelo Barcelos Pareto (CRP 05/20715), psicóloga e psicanalista participante da Letra Freudiana, abordou o desafio de atender casos de psicose no consultório. “Falar de clínica psicanalítica é homônimo de falar em experiência”, disse ela, citando o conceito lacaniano de “desejo do analista” e defendendo que a clínica psicanalítica é uma “prática de inventividade”. A psicanalista explicou que o psicótico possui uma fala fragmentada e que o delírio muitas vezes constitui uma tentativa de cura por parte do sujeito.